O Etanol em 2012

Já discutimos muitas das mudanças em relação ao etanol para o próximo ano, especialmente as medidas que o governo está preparando para aumentar sua produtividade e controlar seus preços. Agora com as ações quase prontas, as previsões para 2012 não são positivas como esperado. Embora os incentivos do governo sejam uma boa forma de melhorar a situação, acredita-se que ano que vem também terá oferta baixa de cana-de-açúcar.

De acordo com a consultoria especializada Datagro, a quantidade disponível para moagem na safra 2012/13 será entre 460 milhões e 515 milhões de toneladas na região centro-sul, equivalendo a 60% da produção nacional. Contando já o fim desse ano, a projeção para 2011 é de 490 milhões de toneladas no Centro-Sul, o que significa que a próxima pode ser ainda menor.

Em contrapartida, as usinas dessa região podem processar cerca 620 milhões de toneladas, fazendo com que no mínimo 100 milhões de toneladas de capacidade fiquem ociosas. Esse cenário já não é favorável se não considerarmos o aumento da demanda para o ano que vem, por isso é possível prever pelo menos mais um ano para começar a de fato reverter à escassez desse combustível.

Diante dessa situação, não é possível estipular quando a mistura do etanol anidro com a gasolina voltará para 25%, atualmente está em 20%. Afinal, nas safras anteriores essa porcentagem voltava ao máximo quando a próxima se iniciava.

Com isso passa a ser questionado o modelo de produção de bicombustível, que compreendia expandir a plantação de cana e produção de etanol, para abastecimento interno e a exploração de novas oportunidades. Um grande fator que sustenta essa dúvida é o aumento do custo de produção do etanol, uma vez que em 2005 o custo na usina era R$ 0,5 por litro e nesse ano atingiu R$ 1,1, chegando próximo a um valor de desvantagem em relação à gasolina.

Por outro lado, já existem algumas usinas interessadas em investir e colaborar para com o aumento da produção. O governo também deve contribuir para a diminuição do custo do produto com a redução de impostos, bem como deve aplicar outras ações que buscam o crescimento desse mercado. O que podemos concluir com isso é que 2012 ainda terá baixa produtividade, mas também poderá ser o momento de reverter essa situação. Afinal, ainda não é possível medir o impacto das medidas que serão implementadas pelo governo.

2011-12-02T04:17:00-02:002 de dezembro de 2011|Mercado de Combustíveis|
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