Por que o Etanol pode faltar nos próximos anos?

Nosso blog tem falado bastante sobre a situação do Etanol no país, explorando todas as possibilidades e notícias, de forma que você fique sempre informado e mantenha diálogo com a Ruff. Como já apontamos algumas vezes existem diversos fatores que influenciaram e devem ainda influenciar na falta desse combustível.

Dentre os problemas desse ano já indicamos que a chuva e a seca de 2010 foi um dos principais, pois afetou o desenvolvimento da cana e consequentemente atrasou o início da moagem. Ainda comentamos que a produção de Etanol não acompanhou o crescimento da frota de bicombustíveis no país e a previsão é continuar nesse ritmo. Outro ponto que continua em discussão é o fato dos produtores preferirem a produção de cana, por estar com o preço favorável para exportação.

Em meio a esses fatores já sabidos, acredita-se que o problema pode se repetir em 2012, considerando o melhor cenário no qual a produção seria a mesma que a desse ano. No entanto, a União da Indústria da Cana-de-açúcar (Unica) estima a redução de produção já em 2011, em razão da quantidade de açúcar na cana (ATR) estar abaixo do previsto.

Desde o início da moagem da safra 2011/12 a concentração de açúcar foi calculada em 108, 77 quilos por tonelada, correspondendo a 8,51 quilos a menos que na safra anterior. O Centro-Sul também deve ter sua produção reduzida, a consultoria Datagro estimou 561,32 milhões de toneladas de cana, mas segundo o novo cálculo deve processar apenas 554,1 milhões de toneladas. Seu ATR também passou de 142,12 quilos por tonelada para 140,5. Com isso segundo a Datagro, a produção de Etanol será reduzida de 25 bilhões de litros para 24,1 bilhão de litros.

A preocupação para a entressafra do ano seguinte é ter uma demanda maior, uma vez que existe a dificuldade de direcionar a produção para o Etanol no lugar do açúcar. Isso ocorre porque 90% a 95% da exportação de açúcar tem contratos de venda pré-estabelecidos. Outra coisa que não era considerada antes é a influencia da demanda externa nos próximos anos, principalmente agora com a oportunidade de exportar para os Estados Unidos.

No momento o setor ainda não trabalha com essa possível exportação de Etanol, mas a Datagro prevê embarques com cerca de 1,82 bilhão litros nesta safra para fins industriais. Sem contar que essa abertura externa faz com que a exportação desse produto compense. Especialmente porque nesse ano vigora nos EUA que as misturadoras que utilizarem o denominado “combustível avançado” (deve emitir 50% menos gases de efeito estufa que a gasolina) recebem um pagamento como “prêmio”. Essa recompensa tem previsão de ser U$ 0,70 por galão, segundo a cotação do Etanol de milho.

Pensando no mercado interno, uma forma de abastecê-lo seria diminuir o consumo desse produto, sendo que o aumento dos preços poderia conter a demanda. Entretanto a estabilidade de preços é muito importante para segurar a inflação, o que torna essa opção inválida. Mesmo com essas previsões, já informamos em nosso outro texto que o governo e a ANP estão desenvolvendo um conjunto de medidas para amenizar essa situação. Como agora sabemos mais sobre os motivos de dificuldade, podemos também compreender as ações que forem tomadas e os próximos acontecimentos em relação ao Etanol.

Fonte:
Unica

2011-06-08T00:00:00-03:008 de junho de 2011|Mercado de Combustíveis|
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